Conclusão dos comentários ao Evangelho – Mt 13, 1-23 – XV Domingo do Tempo Comum –Ano A
III – A alma que deu frutos na plenitude
Quem ouviu e
compreendeu por inteiro essa parábola senão Maria Santíssima, a qual certamente
dela tomaria conhecimento com insuperável enlevo e amor? Ao falar em “terra
boa” e em semente que produziu cem por um, muito compreensível seria estar
Jesus pensando em sua Imaculada Mãe, a terra fertilíssima por excelência para
fazer desabrochar a semente divina na plenitude.
Toda a vida da
Santíssima Virgem foi um contínuo sim à vontade de Deus. Quando Ele A inspirou
a fazer voto de virgindade, Ela aquiesceu com todo entusiasmo. Ao Lhe ser
anunciada a Encarnação do Verbo, sua resposta foi: “Faça-se em Mim segundo a
vossa palavra” (Lc 1, 38), e a Palavra Se fez carne nessa terra imaculada. Ao ouvir
dos pastores o que os anjos lhes haviam comunicado, Ela guardou e conferiu em
seu coração todas essas palavras (cf. Lc 2, 51). E o mesmo fez durante toda a
vida com tudo quanto os adoráveis lábios de seu Divino Filho proferiram, até o
“Consummatum est!”.
Constata o Padre
Garrigou-Lagrange, escrevendo com fervor marial: “É consolador pensar que há
uma alma que recebeu plenamente tudo quanto Deus lhe queria dar e nunca impediu
que o esplendor da graça atingisse as demais almas. Existe uma alma absolutamente
perfeita, a qual, sem obstáculo algum, deixou manar em Si mesma o rio de vida
divino, que nunca esteve por um instante sequer abaixo daquilo que d’Ela Deus
desejava”.11
Enfim, o Coração
Imaculado de Maria Santíssima é um Evangelho vivo, cujas maravilhas ainda estão
para ser conhecidas!
Roguemos a Ela,
protetora por excelência de todos quantos querem ouvir e pôr em prática a
palavra de Deus, a graça de não deixarmos nenhuma semente que tenhamos
recebido, sem produzir todos os frutos esperados pelo Criador.
1SÃO TOMÁS DE
AQUINO. Super Epistolam B. Pauli ad Hebraeos, c.4, lect.2.
2 Cf. CIC 53.
3 Idem, 65.
4 Lembre-se
que, após saber que João Batista havia sido preso, Jesus “deixou Nazaré e foi
morar em Cafarnaum, às margens do mar da Galileia” (Mt 4, 13). Tuya afirma que
essa casa está muito bem determinada e “devia ser a d’Ele” (TUYA, OP, Manuel de.
Biblia Comentada. Evangelios. Madrid: BAC, 1964, v.II, p.302).
5 SÃO TOMÁS DE
AQUINO. Suma Teológica, III, q.42, a.3, resp.
6 SÃO
JERÔNIMO. Obras Completas. Comentario a Mateo. Madrid: BAC, 2002, v.II, p.167.
7 SÃO
BERNARDO. Obras Completas. Madrid: BAC, 1953, v.I, p.338.
8 BENTO XVI.
Audiência Geral, 11/5/2011.
9 SÃO GREGÓRIO
MAGNO. Las parábolas del Evangelio.2.ed. Madrid: Rialp,
1999, p.76.
10 Cf. SÃO
TOMÁS DE AQUINO. Principium Rigans montes, c.3.
11 GARRIGOU-LAGRANGE,
OP, Reginald. El Salvador y su amor
por nosotros. Madrid: Rialp, 1977, p.477.
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